quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Baixa Idade Média - Lista 01

 


1. (PUC RJ/2014) Considere as afirmativas abaixo sobre o renascimento comercial, ocorrido na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média.

I. A explosão demográfica que se verifica na Europa a partir do século X, devido à queda na mortalidade e à elevação da natalidade, foi um dos fatores que favoreceram o aumento das atividades mercantis no período.

II. O movimento religioso das Cruzadas, a partir do século XI, contribuiu para a consolidação do renascimento comercial europeu, afastando do Mar Mediterrâneo os árabes e as cidades autônomas do norte da Itália.

III. As feiras ocorriam na confluência das principais rotas de comércio na Europa, e nelas os senhores feudais, em troca de proteção militar e judicial, costumavam cobrar a capitação – imposto por cabeça – de todos os participantes.

Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.



2. (UFAL/2014) O Estado Moderno é fruto da própria fragmentação do mundo feudal. Os poderes dos senhores feudais sobre as terras proporcionavam uma força fragmentada sem um núcleo, cada feudo possuía sua autonomia política o que dificultava o poder centralizado do rei.

Disponível em: http://www.primeiroconceito.com.br. Acesso em: 9 dez. 2013 (adaptado).

A emergência do estado moderno foi o fruto de vários aspectos da Baixa Idade Média, que possibilitaram o crescente poder do rei com o apoio da burguesia comercial. Para centralizar maior poder, o Estado monárquico buscou

a) atender as reivindicações dos senhores feudais, que formavam a base de sustentação da nobreza, sem a qual o poder do rei desapareceria.

b) alianças com os servos para se contrapor a crescente força da nobreza feudal, que ameaçava o controle real sobre as terras dos feudos.

c) o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos.

d) conquistar novas terras, incorporando territórios vizinhos as suas posses e redistribuindo as novas terras com os senhores feudais.

e) se afastar dos interesses dos senhores feudais, centralizando sua atenção no atendimento das necessidades do povo, uma forma de ganhar o apoio popular.



3. (Unievangélica GO/2014) Leia o texto a seguir.

Atenuada por alguns intervalos, a peste dominou a Europa do século XIV e adentrou o século XV. A intensidade com que a epidemia afetou os centros urbanos europeus era bastante variada. Estudiosos calculam que cerca de um terço de toda a população europeia teria sucumbido ao terror da peste.

Sobre a peste negra pela Europa, verifica-se que

a) a igreja na época encorajava as pessoas e disseminava os saberes médicos, contribuindo assim para conter a propagação da doença.

b) a epidemia colaborou com o fortalecimento do feudalismo, já que, por causa da doença, os servos se refugiaram nas terras dos senhores feudais, em busca de ajuda e proteção.

c) a epidemia colaborou para a recuperação econômica da Europa, devido à retração dos índices demográficos.

d) a peste se propagou porque os conhecimentos médicos da época eram insuficientes para combater a epidemia e as tentativas para salvar os doentes misturavam procedimentos médicos e misticismo.




4. (UEFS BA/2014) Mal magnífico, prazer funesto, venenosa e enganadora, a mulher foi acusada pelo outro sexo de ter introduzido na Terra o pecado, a desgraça e a morte. Pandora grega ou Eva judaica, ela cometeu a falta original ao abrir a urna que continha todos os males ou a comer o fruto proibido. O homem procurou um responsável para o sofrimento, para o malogro, para o desaparecimento do paraíso terrestre, e encontrou a mulher.

(DELUMEAU, 1989, p. 314).

DELUMEAU, J. Tradução de Maria Lúcia Machado. O medo no Ocidente: 1300-1800, uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

A visão medieval judaico-cristã sobre a mulher, descrita no texto, encontra, na contemporaneidade, ressonância em atitudes autoritárias contra o gênero feminino, praticadas

a) por grupos islâmicos radicais que, através de interdições quanto à indumentária e à educação feminina, dentre outras, reproduzem aquelas crenças.

b) entre comunidades indígenas amazônicas, firmemente estratificadas, a partir da valorização da força física do homem.

c) a partir de textos legais que, nos países latino-americanos, oficializam a desigualdade do tratamento judicial entre homens e mulheres.

d) nas grandes empresas capitalistas, que proíbem a presença de mulheres nos seus quadros executivos.

e) nas igrejas protestantes e evangélicas que, à semelhança da Igreja Católica, proíbem o sacerdócio feminino.



5. (ENEM/2011) Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à RenascençaSão Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com

a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.

b) a migração de camponeses e artesãos.

c) a expansão dos parques industriais e fabris.

d) o aumento do número de castelos e feudos.

e) a contenção das epidemias e doenças.



6. (FUVEST SP/2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.

Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.

O texto trata de um período em que

a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.

b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.

c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.

d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.

e) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do livre comércio.




7. (IFGO/2015)

Que nenhuma condição, destino ou idade

Seja recusada: que todos os que vierem sejam admitidos,

Sem discriminação, o bom e o mau, o alto e o baixo,

O rústico e o cavalheiro, o não-nobre e o nobre,

O clérigo e o leigo, o rude e o distinto, o miserável

E o rico, o servo e o livre, o sadio e o doente.

Francisco recebe a todos com afeição piedosa

Henrique de Avranches, século XIII. Jaques Le Goff, São Francisco de Assis, Editora Record, São Paulo, 1998, p. 152.

Além de um aspecto da vida particular, a religiosidade foi um importante elemento na estruturação de práticas sociais e valores que marcaram a Idade Média. A esse respeito, assinale a alternativa correta.

a) As chamadas ordens mendicantes apareceram no contexto de ressurgimento das cidades medievais.

b) Todas as ordens religiosas criadas na Idade Média viviam isoladas em mosteiros.

c) A histórica perseguição às ordens mendicantes só teve seu fim quando os europeus chegaram ao continente americano.

d) A rígida estrutura da sociedade medieval, assinalada no documento, serve de justificativa para se compreender o medievo como a “Idade das Trevas”.

e) A piedade católica foi uma das práticas criticadas pelos movimentos que originaram a Reforma Protestante.



8. (IFSP/2015) Sobre o surgimento da burguesia na Idade Moderna, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

(__) O crescimento populacional nos feudos estava dificultando a divisão interna de terras entre os servos, gerando um excedente populacional que se deslocou para as encruzilhadas de estradas e beiras de rios para praticar o comércio.

(__) O burgo era uma torre de vigilância erguida para proteger os comerciantes dos assaltantes, vindo daí o nome “burguês”.

(__) A chegada da peste negra na Europa gerou todo um temor pelos produtos da terra, que acabou por levar ao surgimento de uma nova classe social que passa a abastecer os feudos e cidades com alimentos e outros produtos importados.

a) V/ V/ V

b) F/ V/ V

c) V/ V/ F

d) F/ V/ F

e) V/ F/ F




9. (UFGD MS/2014) Sobre o “Tempo da Igreja” e o “Tempo do mercador”, o historiador Jérôme Baschet assim se referiu:

“O tempo das cidades introduz distanciamentos marcantes em relação aos tempos da Igreja, dos senhores e da terra. Mesmo se muitos citadinos permanecem em contato estreito com a vida dos campos, as atividades artesanais e comerciais não são diretamente submetidas ao ritmo das estações. É na cidade, e para a cidade, que o relógio mecânico público, cuja técnica aparece por volta de 1270-80, se difunde através da Europa ao longo do século XIV, por exemplo, em Paris, em 1300, em Florença e Gand, em 1325”.

(BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006, p. 310).

A partir do texto entende-se que:

a) A Igreja Católica, antes detentora do conhecimento medieval, monopolizava a medida do tempo e, diante da Reforma Protestante do século XVI, perdeu o controle sobre o ritmo do trabalho dos homens.

b) Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, o renascimento comercial e a ascensão econômica dos mercadores fez a medida do tempo da Igreja Católica, marcada pelo ritmo natural do sol, das estações e simbolizada pelos sinos de paróquias e catedrais, concorrer com a medida do relógio mecânico, que dava melhores condições de organização do espaço urbano.

c) Os mercadores medievais eram dependentes econômicos da Igreja Católica e, diante do renascimento comercial e urbano, se sujeitaram às crenças do pecado da usura e não se submeteram às medições do tempo por meio do relógio mecânico, mesmo diante do crescimento das cidades.

d) O tempo usado pelos senhores e servos feudais era baseado nas estações do ano devido às necessidades da produção agrícola, o que tornava os mercadores dependentes do tempo natural a ponto de não deixarem a medida mecânica do tempo predominar nas transações comerciais.

e) Para não serem enquadrados no pecado da usura, os comerciantes se baseavam na medição do tempo natural, acreditando na salvação pelo trabalho e na organização de cidades com fortes vínculos com os costumes medievais.



10. (UNIOESTE PR/2013) Durante o século XIV, a sociedade europeia lidou com os impactos da intitulada Peste Negra, sendo INCORRETO afirmar que

a) a fome e as péssimas condições de higiene contribuíram para o avanço de epidemias e doenças na Europa, dentre elas a proliferação da Peste Negra.

b) as pulgas de roedores, que disseminavam a doença, levaram pobres e ricos à morte, causando desespero, fuga e isolamento no intuito de evitar o contágio.

c) a chamada Peste Negra dizimou mais de um terço da população urbana europeia. Muitas cidades desapareceram completamente, caracterizando a peste como uma epidemia urbana.

d) Giovanni Bocaccio, ao vivenciar esse período, destacou em sua obra “Decameron”, o terror da epidemia em Florença e o questionamento dos preceitos religiosos.

e) a indagação sobre a razão da doença apontava, para alguns, o castigo divino como possível causa da epidemia, levando muitas pessoas a se autoflagelarem e promover retiros de oração.




11. (Unievangélica GO/2014) Leia o texto a seguir.

Esses animais (os carneiros) são, habitualmente, bem mansos e pouco comem. Mas disseram-me que, no entanto, mostram-se tão intratáveis e ferozes que devoram até homens, devastam os campos, casas e cidades.

MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução Anali. Melo Franco. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. [Coleção pensamento político, 23]. p. 15.

O texto do século XVI refere-se:

a) ao cercamento nos campos da Inglaterra, que causou a expulsão dos camponeses, pois o objetivo econômico era a criação de ovelhas cuja lã era vendida às manufaturas.

b) à produção de carne de ovelha pelos franceses, que priorizaram as práticas mercantilistas e as atividades manufatureiras, em particular a gastronomia de luxo.

c) à mudança das atividades econômicas, na Europa, da agricultura para criação de ovelhas, que determinou a permanência do camponês no campo na condição de pastor de ovelhas.

d) à transição de uma agricultura feudal para uma agricultura moderna, que garantiu a permanência do camponês no campo.



12. (UFRR/2015) Sobre as feiras na Idade Média é possível afirmar que:

a) o crescimento das feiras, apesar de ser um negócio lucrativo, não evoluiu, ficando os mercadores sem oportunidades na nova configuração econômica que estava surgindo;

b) essas atividades somente foram possíveis graças à unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos banqueiros e a compra de mercadorias pelos servos;

c) eram consideradas eventos econômicos e culturais. Alguns exemplos de feiras são as de Provins e de Troyes, na região de Champagne e as feiras de Bruges e de Antuérpia, na região de Flandres;

d) eram referenciadas como comércio local das cidades para o abastecimento diário dos seus habitantes;

e) foram impulsionadas pelo fenômeno de regionalização, que desestabilizou a obtenção de mercadorias vindas de lugares mais distantes.



13. (UFRR/2015) As cruzadas, ocorridas durante a Idade Média, são analisadas por muitos historiadores como um evento “pouco glorioso e condenável”, como ilustra a citação abaixo:

“O cristianismo, tal como era ensinado por Jesus e o Novo Testamento (o Evangelho), era uma religião pacífica. Entre os primeiros cristãos, muitos foram perseguidos pelos romanos porque não queriam ir à guerra. Mas à medida que se tornavam cristãos, os bárbaros introduziram seus costumes guerreiros no cristianismo” (LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007).

Com base nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA:

a) as Cruzadas foram grandes batalhas contra os povos não cristãos que habitavam o norte da Europa, numa tentativa de convertê-los ao cristianismo através da força, contradizendo todo o ensinamento bíblico que se pautava numa religião pacífica;

b) o movimento das Cruzadas teve como principal objetivo a conquista de Jerusalém e do Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado;

c) as Cruzadas iniciaram-se no Concílio de Clermont, quando o papa Urbano II convocou os cristãos para partirem rumo a Terra Santa, em um período da Idade Média que durou quase dois séculos;

d) entre os séculos XI e XIII partiram da Europa oito Cruzadas que envolveram milhares de pessoas, desde a nobreza até os mendigos;

e) além do objetivo religioso, de tomar lugares sagrados para os cristãos, as Cruzadas serviram a outros interesses, como a conquista de novas terras pela nobreza feudal e a ampliação das atividades mercantis.



14. (UniCESUMAR SP/2015)

"Tão ciosamente guardadas quanto as outras, essas fortalezas que são as cidades se distinguem pelo fato de estarem abertas para o tráfico. Vivem dele. Guerreiros e padres residem ali, mas são os homens de negócios que lhes garantem a prosperidade e por vezes governam sozinhos. Para suas portas convergem todos os itinerários, estradas de terra e vias fluviais. Mas os instrumentos da circulação servem para a defesa: a ponte é também uma muralha."

Georges Duby. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 60.

O texto trata das cidades europeias nos séculos XII e XIII e mostra

a) o planejamento de sua construção, com a separação funcional dos espaços de comércio e circulação.

b) a ambiguidade de seu funcionamento como local de refúgio e proteção e centro de atividades comerciais.

c) a importância da religião no cotidiano dos burgueses e aristocratas que controlavam o poder político.

d) o caos na circulação urbana, que envolvia negociantes, produtores rurais e militares.

e) a descentralização de seu comando político, dividido entre a Igreja e os grandes senhores de terras.



15. (UEPA/2015) Na região separada do resto da França pelos Pirineus, como Albi, Toulouse e Carcassonne, na Baixa Idade Média, encontravam-se cristãos praticantes de doutrinas e de ensinamentos que foram considerados heréticos e por esta razão foram perseguidos e combatidos pela Igreja. Tratava-se neste caso da heresia dos:

a) Luteranos

b) Cátaros

c) Lombardos

d) Marranos

e) Hussitas



16. (UEPA/2015) Então algumas gentes das vilas camponesas, sem chefes, se juntaram em grupos que mal chegavam a cem homens e cada um deles dizia: “Dize bem! Dize bem! Abominado seja aquele por quem venha a retardar-se a destruição de todos os fidalgos!” Depois se foram sem outro desígnio e sem qualquer armamento, afora bastões ferrados e cutelos, rumo à casa do nobre que perto dali morava. Então quebraram a casa e mataram o cavaleiro, a dama e os filhos, pequenos e grandes e ataram fogo nos aposentos. Em seguida foram para outro forte castelo onde fizeram coisa pior, violando mulheres e crianças”.

(FROISSART, Jean. Crônicas. In Duby, Georges. A Europa na Idade Média. SP: Martins Fontes, 1988, p. 134-135)

O estado de ânimo dos camponeses, conforme a descrição feita no Texto III, referente ao Século XIV:

a) demonstrava o protesto dos moradores das vilas camponesas, que estavam denunciando a falta de chefes e de fidalgos responsáveis pela guarda e segurança das casas e castelos feudais.

b) indicava o grau de revolta contra a ordem social feudal que assegurava à nobreza o direito de explorar o trabalho servil, garantindo a produção e o trabalho compulsório mesmo que em situações de crise.

c) expressava a intolerância em relação ao modelo de organização social que garantia aos clientes acesso irrestrito às reservas senhoriais onde se localizavam os castelos e as casas dos camponeses.

d) representava o desenvolvimento moral dos habitantes das vilas feudais, onde as revoltas foram mais violentas, pois eram controladas pelos camponeses que se negavam a trabalhar nas reservas senhoriais.

e) identifica-se com o caráter primitivo dos trabalhadores afastados dos eixos de produção da economia feudal que, no momento de falência das relações de senhorio e vassalagem, invadiram os castelos em busca de proteção.



17. (UFAM/2015) A crise econômica dos séculos XIV-XV produziu uma profunda inquietação intelectual, que se traduziu, nos campos filosófico, artístico e literário, pela ideia de renovação cultural. Este fenômeno, parte integrante de um processo histórico mais amplo – o início da transição feudalismo/capitalismo – iniciou-se nas Repúblicas Italianas, por volta de 1350, estendendo-se mais tarde, a outras áreas da Europa Ocidental. A expressão Renascimento é comumente utilizada para designar esta ideia de renovação, profundamente comprometida com a ressurreição das letras e das artes da Antiguidade Clássica, e que, segundo os humanistas da época renascentista, teria representado uma ruptura com a ‘ignorância bárbara’, que prevalecera durante a Idade Média. São características do movimento renascentista, EXCETO:

a) A utilização das novas línguas nacionais, derivadas do latim, como o espanhol, o português, o francês e o italiano.

b) A renovação do romance de cavalaria, valorizando o amor cortês.

c) A valorização do hedonismo em detrimento do ascetismo e misticismo medievais.

d) A grande preocupação com a figura humana, valorizando-se o nu, além do realismo, da harmonia, do senso de equilíbrio e proporção na arte.

e) A busca de uma interpretação do mundo através de novas teorias como o racionalismo, fugindo às explicações religiosas do período anterior.




18. (Unievangélica GO/2015) Leia o trecho a seguir.

Nas faculdades de medicina, tínhamos outro exemplo importante das transformações culturais da época. Vista nos séculos como uma arte mecânica, quer dizer manual, ela tinha sido socialmente desvalorizada. Vista como conjunto de práticas mágicas, ela tinha sido muitas vezes rejeitada pela Igreja: até fins do século XVIII não se praticava a dissecação de cadáveres, pois sendo o homem feito à imagem e semelhança de Deus, abrir seu corpo seria de alguma forma uma violência para com a Divindade. No entanto, a visão naturalista do mundo que se desenvolvia desde o século XII alterava aquela postura.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A idade Média e o Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense,1986. p.143-144.

O texto é uma referência às transformações características do período da

a) Baixa Idade Média, com o renascimento comercial e o aparecimento das universidades.

b) Baixa Idade Média, com a multiplicação das escolas junto às catedrais europeias.

c) Alta Idade Média, com o crescimento urbano acelerado e a expansão demográfica.

d) Alta Idade Média, com o desenvolvimento das feiras e a generalização do uso de moedas.


19. (Fac. Cultura Inglesa SP/2015) A catedral é uma igreja urbana. Ela domina a cidade e observa tudo o que se produz e se troca em uma aglomeração que fora dela é só emaranhado de ruelas, de cloacas e de imundícies. A cidade é concentrada, estreita. A catedral é toda aberta. Ela é uma demonstração de autoridade. Ela fala da soberania do Cristo-Rei por meio de suas fachadas que têm a aparência de fortalezas e por meio de suas torres que prolongam as fachadas. A catedral é a afirmação que a salvação é alcançada na ordem e na disciplina, sob o controle do poder do bispo.

(Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1984. Adaptado.)

O excerto refere-se ao renascimento das cidades na Idade Média europeia e à emergência

a) da construção de igrejas e do surgimento de novas religiões cristãs.

b) da arte gótica e do fortalecimento do poder da hierarquia eclesiástica.

c) da igreja românica e da confirmação do poder dos senhores feudais.

d) da arquitetura barroca e da catequização cristã dos povos pagãos.

e) da basílica neoclássica e do retorno do cristianismo às suas origens.




20. (EFOA MG/2000) Na transição do feudalismo ao capitalismo, algumas pré-condições históricas e um conjunto de fatores se fizeram necessários. Das alternativas abaixo, assinale a que expressa o fator que NÃO esteve presente na desagregação do sistema feudal e na consequente constituição do sistema capitalista:

a) O símbolo de riqueza passou a ser o dinheiro e não mais a posse da terra.

b) A centralização do poder feudal foi substituída pela descentralização com a formação das monarquias absolutas.

c) A passagem somente foi decisiva quando as revoluções políticas sancionaram juridicamente as mudanças.

d) A evolução não se deu sem graves conflitos, muita violência no campo e nas cidades, na luta pela tomada do poder.

e) Ao mesmo tempo em que surgiam características do novo regime, persistiam aspectos do regime anterior.




 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Civilização Romana - Lista nova


AULA SOBRE ROMA NO YOUTUBE


1. (Fgv 2016) “Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias infelizes, mas a destruição de toda a humanidade, pois é com horror que meu espírito segue o quadro das ruínas da nossa época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e os Alpes Julianos, o sangue romano vem sendo diariamente vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália, Dardânia, Dácia, Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas, quedos, alanos (...); deportam e pilham tudo.

Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus, quantos homens livres e nobres ficaram na mão dessas bestas! Os bispos são capturados, os padres assassinados, todo tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os cavalos pastam junto aos antigos altares de Cristo (…).”

(São Jerônimo, Cartas apud Pedro Paulo Abreu Funari, Roma: vida pública e vida privada. 2000)

 

O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana marcado pela

a) combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do Estado Romano, em meio às invasões germânicas e de outros povos.

b) reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os mercados mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa.

c) expulsão dos povos invasores de origem não germânica, seguida da reintrodução dos organismos representativos da República Romana.

d) crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores.

e) retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos, responsabilizados pela grave crise política do Império Romano.

 

2. (Enem 2ª aplicação 2016) A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de Roma.

CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

 

A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus

a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.

b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.

c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.

d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.

e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.

 

3. (Fuvest 2016) Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos:

a) as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus.

b) os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social.

c) as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares.

d) os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde.

e) as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.

 

4. (Enem 2016) Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?

POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.

 

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a

a) ampliação do contingente de camponeses livres.

b) consolidação do poder das falanges hoplitas.

c) concretização do desígnio imperialista.

d) adoção do monoteísmo cristão.

e) libertação do domínio etrusco.

 

5. (Fgv 2015) A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de produção em dissolução, o primitivo e o antigo, veio a resultar na ordem feudal, que se difundiu por toda a Europa.

Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto: Afrontamento, 1982, p. 140.

 

O autor refere-se a três tipos de formações econômico- sociais nesse pequeno trecho. A esse respeito é correto afirmar:

a) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escravismo romano em crise e as formações sociais dos guerreiros germânicos.

b) O escravismo predominava entre os povos germânicos e tornou-se um ponto de intersecção com a sociedade romana.

c) A economia romana, baseada na pequena propriedade familiar, foi transformada a partir das invasões germânicas dos séculos IV a VI.

d) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as relações servis que permitiram a síntese social com os romanos.

e) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos conflitos constantes nas fronteiras romanas devido à ofensiva dos magiares.

 

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Leia o texto para responder as questões a seguir:

"O apóstolo Paulo era cidadão de Tarso, uma pequena cidade, muito antiga, que era a capital provincial da Cilícia. Mas Paulo era também judeu, membro de uma etnia que se reproduzia por laços familiares e pela aderência a uma religião, cujo templo se encontrava distante, em Jerusalém. Era um judeu da diáspora. Numa viagem para Damasco, Paulo se tornou cristão e, entre os cristãos, apóstolo. Nessa condição, assumiu a identidade de apóstolo dos não judeus e viajou, por terra e por mar, por boa parte do Mediterrâneo oriental. Foi a Chipre, à Panfilia, passou pela Capadócia, pelo centro da Anatólia, e morou em Éfeso, onde foi confrontado pelos artesãos locais, escapando apenas pelo medo geral de uma intervenção do poder romano. Muitas vezes estabeleceu-se com o apoio das comunidades judaicas locais. Morou na cidade de Felipe, visitou a Macedônia e a Acaia e, segundo os Atos, passou por Corinto, capital provincial, onde exerceu outra de suas identidades — a de artesão. Chegou a Atenas e discutiu com os filósofos da cidade. Passou também por Mileto, Rodes, Tiro, Cesareia, Jerusalém e outras cidades. Ao ser perseguido em Jerusalém, refugiou-se em Cesareia, onde foi preso. Fez, então, uso de sua identidade de cidadão romano, que também possuía, e de seu conhecimento da língua grega, para não ser espancado e executado. Para ser julgado, atravessou todo o Mediterrâneo, com uma escala em Malta, após um naufrágio, tendo vivido em Roma com amigos e fiéis. Suas cartas mostram um amplo círculo de relações e de influências em Roma e no Mediterrâneo oriental. O ponto central é: teria sido a carreira de Paulo possível ou verossímil 500 anos antes?"

Norberto Luiz Guarinello. História antiga. São Paulo: Contexto, 2013, p. 157-158. Adaptado.

 

6. (Pucsp 2015) A trajetória do apóstolo Paulo, descrita no texto, revela que

a) o intercâmbio cultural na Antiguidade era regular e sistemático desde a globalização da filosofia grega e da hegemonia dos valores helenísticos no Oriente extremo.

b) os povos da Antiguidade mantinham-se firmemente fechados em suas comunidades, sem que houvesse qualquer tipo de integração ou transformação cultural.

c) a força política do cristianismo na Grécia e em Roma garantia a segurança e a ampla possibilidade de circulação de seus adeptos, empenhados na difusão dessa fé religiosa.

d) a tolerância religiosa existente na Grécia e na Roma antigas permitia contínuas romarias de todos os seus habitantes por todos os territórios de seus impérios.

e) o Império Romano era bastante heterogêneo no seu interior e parte de seus habitantes podia valer-se de suas várias identidades e vínculos pessoais e religiosos.

 

7. (Pucsp 2015) A resposta mais adequada à pergunta final do texto é:

a) sim, porque a integração entre Ocidente e Oriente era intensa desde a unificação do Egito, quando se estabeleceram rotas regulares de comércio para as Índias.

b) não, porque só com a conquista e o domínio romanos do Mar Mediterrâneo é que se iniciaram a navegação e o comércio entre o Norte da África e as terras da atual Europa.

c) sim, porque as cidades italianas de Gênova e Veneza controlavam grande parte do comércio no Mar Mediterrâneo e facilitavam o deslocamento de pessoas e mercadorias na região.

d) não, porque apenas a extensão e o funcionamento do Império Romano tornaram possíveis a maior mobilidade e integração entre as comunidades a ele submetidas.

e) sim, porque a hegemonia árabe no Norte da África, no Oriente próximo e na Península Ibérica contribuiu decisivamente para a aproximação dos povos que viviam em torno do Mediterrâneo.

 

8. (Fuvest 2014) César não saíra de sua província para fazer mal algum, mas para se defender dos agravos dos inimigos, para restabelecer em seus poderes os tribunos da plebe que tinham sido, naquela ocasião, expulsos da Cidade, para devolver a liberdade a si e ao povo romano oprimido pela facção minoritária.

Caio Júlio César. A Guerra Civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 67.

 

O texto, do século I a.C., retrata o cenário romano de

a) implantação da Monarquia, quando a aristocracia perseguia seus opositores e os forçava ao ostracismo, para sufocar revoltas oligárquicas e populares.

b) transição da República ao Império, período de reformulações provocadas pela expansão mediterrânica e pelo aumento da insatisfação da plebe.

c) consolidação da República, marcado pela participação política de pequenos proprietários rurais e pela implementação de amplo programa de reforma agrária.

d) passagem da Monarquia à República, período de consolidação oligárquica, que provocou a ampliação do poder e da influência política dos militares.

e) decadência do Império, então sujeito a invasões estrangeiras e à fragmentação política gerada pelas rebeliões populares e pela ação dos bárbaros.

 

9. (Unicamp 2014) O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, podemos afirmar que:

a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações.

b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo.

c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os vândalos, por exemplo.

d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em oposição aos povos urbanos civilizados.

 

10. (Fgv 2014) O anfiteatro era, para os romanos, parte de sua normalidade cotidiana, um lugar no qual reafirmavam seus valores e sua concepção do “normal”. Nos anfiteatros eram expostos, para serem supliciados, bárbaros vencidos, inimigos que se haviam insurgido contra a ordem romana. Nos anfiteatros se supliciavam, também, bandidos e marginais, como por vezes os cristãos, que eram jogados às feras e dados como espetáculo, para o prazer de seus algozes ou daqueles que defendiam os valores normais da sociedade.

(Norberto Luiz Guarinello, A normalidade da violência em Roma In http:// www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/ a_normalidade_da_violencia_em_roma.html)

 

Sobre as relações entre os cristãos e o Estado Romano, é correto afirmar que

a) a violência durante a República Romana vitimou os cristãos porque estes aceitaram a presença dos povos bárbaros dentro das fronteiras romanas.

b) a prática do cristianismo foi tolerada em Roma desde os primórdios dessa religião, e as ocorrências violentas podem ser consideradas exceções.

c) o cristianismo sofreu violenta perseguição no Império Romano pela sua recusa em aceitar a divinização dos imperadores.

d) a ação cristã foi consentida pelo poder romano, e a violência contra a nova religião restringiu-se aos seus principais líderes.

e) a intensa violência praticada contra os seguidores do cristianismo ocorreu por um curto período, apenas durante os primeiros anos da Monarquia Romana.

 

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Apesar de não ter sido tão complexo quanto os governos modernos, o Império [Romano] também precisava pagar custos muito altos. Além de seus funcionários, da manutenção das estradas e da realização de obras, precisava manter um grande exército distribuído por toda a sua extensão. A cobrança de impostos é que permitia ao governo continuar funcionando e pagando seus gastos.

 (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.)

 

11. (Unesp 2014) Sobre o recolhimento de impostos e os gastos públicos no Império Romano, é correto afirmar que

a) os patrícios e os proprietários de terras não pagavam tributos, uma vez que estes eram de responsabilidade exclusiva de arrendatários e escravos.

b) o desenvolvimento da engenharia civil foi essencial para integrar o Império e facilitar o deslocamento dos exércitos.

c) as obras financiadas com recursos públicos foram apenas as de função religiosa, como altares ou templos.

d) a desvalorização da moeda foi uma das formas utilizadas pelos governantes para aliviar o peso dos impostos sobre a população despossuída.

e) os tributos eram cobrados por coletores enviados diretamente de Roma, não havendo qualquer intermediação ou intervenção de autoridades locais.

 

12. (Unesp 2014) Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido

a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África.

b) às perseguições contra os cristãos, que, bem-sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo.

c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira.

d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar Mediterrâneo.

e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica.

 

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante sua expansão penisular. Desde o começo ela havia – diferentemente de Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior.

(Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.)

 

13. (Unesp 2014) O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades:

a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares.

b) a escravização e a exploração dos recursos naturais.

c) a libertação de todos os escravos e a democratização política.

d) o recrutamento e a composição de alianças bélicas.

e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais.

 

14. (Enem 2013) Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

 

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à

a) adoção do sufrágio universal masculino.

b) extensão da cidadania aos homens livres.

c) afirmação de instituições democráticas.

d) implantação de direitos sociais.

e) tripartição dos poderes políticos.

 

15. (Fuvest 2013) A escravidão na Roma antiga

a) permaneceu praticamente inalterada ao longo dos séculos, mas foi abolida com a introdução do cristianismo.

b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no caso da morte de seu proprietário.

c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo funções intelectuais ou administrativas.

d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por isso, era proibida toda forma de castigo físico.

e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por três critérios: nascimento, guerra e direito civil.

 

16. (Enem 2012)


Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 14 set. 2011. (Foto: Enem)

 

A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na cidade de Lod, atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma característica política dos romanos no período, indicada em:

a) Cruzadismo — conquista da terra santa.

b) Patriotismo — exaltação da cultura local.

c) Helenismo — apropriação da estética grega.

d) Imperialismo — selvageria dos povos dominados.

e) Expansionismo — diversidade dos territórios conquistados.

 

17. (Unesp 2012) A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […].

(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)

 

Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que

a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça.

b) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo.

c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central.

d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos.

e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres.

 

18. (Pucsp 2012) As Guerras Púnicas, entre romanos e cartagineses, duraram de 264 a 146 a.C. Entre seus resultados finais, podemos considerar que elas

a) contiveram a expansão romana em direção ao mar Mediterrâneo, pois as ilhas ao sul da península itálica passaram ao controle cartaginês.

b) fortaleceram a presença romana na região do mar Mediterrâneo, com o estabelecimento de províncias nas terras conquistadas.

c) eliminaram os gastos militares do Império Romano, pois impediram o surgimento de revoltas e tensões sociais.

d) permitiram a expansão comercial de Roma por toda a península itálica e em direção ao ocidente, com a decorrente conquista da Gália.

e) reduziram consideravelmente o número de escravos no Império Romano, pois a maioria deles foi alistada nas tropas e morreu em combate.

 

19. (Fuvest 2010) Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome), na antiga Roma, exercem um poder

a) teocrático.

b) democrático.

c) aristocrático.

d) burocrático.

e) autocrático.

 

20. (Fuvest 2008) Na atualidade, praticamente todos os dirigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem-se defensores de padrões democráticos e de valores republicanos. Na Antiguidade, tais padrões e valores conheceram o auge, tanto na democracia ateniense, quanto na república romana, quando predominaram

a) a liberdade e o individualismo.

b) o debate e o bem público.

c) a demagogia e o populismo.

d) o consenso e o respeito à privacidade.

e) a tolerância religiosa e o direito civil.

 

Gabarito:

Resposta da questão 1:

[A]

 

Somente a proposição [A] está correta. A questão remete à crise econômica, social e política no Baixo Império Romano século III, IV e V. O texto aponta para as invasões bárbaras no século IV, ano de 396. Neste cenário, as invasões bárbaras tornaram-se violentas devido à pressão dos hunos. O Império Romano estava em profundo declínio, em 395 Teodósio dividiu o império em duas partes: Império Romano do Ocidente capital Roma e o Império Romano do Oriente, Constantinopla era a capital. O catolicismo estava se propagando tornando uma religião “universal”. Em 313 através do Edito de Milão Constantino deu liberdade de cultos aos cristãos e, em 391, pelo Edito de Tessalônica Teodósio oficializou o cristianismo.

 

Resposta da questão 2:

[E]

 

A Lei das Doze Tábuas transformou o Direito Romano de falado em escrito, ou seja, tornou-o fixo, público e comum a Patrícios e Plebeus.

 

Resposta da questão 3:

[E]

 

Tendo em vista os períodos de grande expansão territorial através de Guerras, tanto na fase da República quanto na fase do Império, os gastos militares ocupavam o topo da lista de despesas de Roma. Ao ampliar seu território, a necessidade da ampliação de uma rede de estradas que ligasse as partes do Império também se fez presente. Por fim, as obras públicas também constituíram grande parte das despesas.

 

Resposta da questão 4:

[C]

 

A experiência romana a que o texto faz menção é a vocação imperialista, desenvolvida principalmente a partir da República, quando Roma domina todas as terras em torno do Mar Mediterrâneo, passando a chamá-lo de Mare Nostrum.

 

Resposta da questão 5:

[A]

 

A forma social de trabalho formada no Feudalismo foi uma síntese entre dois tipos de relações sociais anteriores: o escravismo romano e o clientelismo bárbaro. Essa síntese resultou na servidão feudal.

 

Resposta da questão 6:

[E]

 

O próprio texto destaca as múltiplas identidades de Paulo de Tarso, traço característico dos habitantes do Império Romano: judeu, cristão, romano, grego, artesão, apóstolo.

 

Resposta da questão 7:

[D]

 

A expansão de Roma, iniciada durante a República – na época do lema Mare Nostrum, em referência ao Mar Mediterrâneo – e consolidada ao longo do Império, tornou possível o domínio de toda a Europa Continental, de regiões na África e na Ásia. E esse domínio tornou possível a integração entre cidades e povos. Logo, a carreira de Paulo de Tarso não seria possível antes dessa expansão.


 

Resposta da questão 8:

[B]

 

Após o período da República, na qual Roma se expandiu por toda a Europa Continental, o exército romano – e seus oficiais – ganharam prestígio e força. E usaram disso para dar um golpe no Senado e disputar entre si o poder de governar Roma. Júlio César foi um dos generais que governaram Roma nesse período, que marca a transição da República para o Império.

 

Resposta da questão 9:

[A]

 

O termo bárbaro foi usado diversas vezes ao longo da História para designar aqueles que eram de fora. Para os romanos, por exemplo, era bárbaro todo aquele que não falava latim.

 

Resposta da questão 10:

[C]

 

A principal motivação para a perseguição dos cristãos na Roma Antiga era o fato de o Cristianismo ser uma religião monoteísta e, por isso, negar a divindade dos imperadores romanos.

 

Resposta da questão 11:

[B]

 

Ao longo da República Romana, 509-27 a.C, e início do Império ocorreu o processo de expansão romana constituindo um grande império (o mare nostrum romano). Foi necessária uma rede de estradas, pontes, aquedutos para interligar as províncias com a capital Roma facilitando a comunicação e a administração. Neste sentido, o Estado Romano necessitou de muitos recursos para investir nesta infraestrutura do império e, assim, muitos impostos foram criados para aumentar a receita. Para atender esta demanda social de comunicação, a engenharia civil ganhou destaque e projeção no fim da República e no Império Romano. Somente a proposição [B] está correta. As demais alternativas cometem equívocos considerando que não

 

foram apenas obras de cunho religioso que foram financiadas com recursos públicos. Havia uma rede de comunicação para facilitar a cobrança de impostos.

 

Resposta da questão 12:

[C]

 

Somente a alternativa [C] está correta. No Baixo Império Romano, séculos III, IV e V, o império entrou em declínio devido à crise escravista que acabou engendrando uma crise generalizada, economia, política, militar, administrativa. Neste contexto crítico ocorreram as invasões dos bárbaros germânicos sobre as fronteiras europeias do império romano necessitando, então, de mais gastos militares exatamente quando o Império estava em crise. As proposições [A], [B], [D] e [E] estão incorretas.

Neste contexto o império já havia expandido. Não retomou o politeísmo. Não havia anseios expansionistas no Baixo Império, pois já havia ocorrido ao longo do período republicano e no início do império. As Guerras Púnicas, Roma contra Cartago, ocorreram na República Romana.

 

Resposta da questão 13:

[D]

 

Somente a proposição [D] está correta. A história de Roma na antiguidade, sobretudo no período da República, 509- 27ac, foi pautada pela expansão territorial e a conquista de outros povos. Desta forma, Roma montou um grande exército para atender esta demanda expansionista. Exigia de seus aliados, tropas para fortalecer o exército e não dinheiro. Primeiramente, Roma dominou a Itália e, através das Guerras Púnicas contra Cartago, acabou dominando o mar mediterrâneo (o mar é nostrum romano) montando um grande império. Esta expansão romana provocou uma série de transformações que levaram ao fim da república romana. As demais alternativas estão incorretas.

 

Resposta da questão 14:

[B]

 

Como a própria questão deixa claro, quando a legislação era transmitida oralmente, as classes superiores "manipulavam a justiça de acordo com seus interesses". Isso posto, quando a legislação passou a ser escrita, houve o aumento do direito à cidadania pelas classes inferiores.

 

Resposta da questão 15:

[E]

 

Questão que demanda conhecimentos específicos sobre a escravidão na Roma Antiga. Nessa civilização – embora tenha variado ao longo do tempo, conforme afirma a alternativa correta –, os critérios que determinaram a escravização foram basicamente o nascimento, a guerra e o direito civil. A condição à qual estava submetido o escravo era a de ser "propriedade" do seu senhor; sendo assim, o

 

dono de um escravo tinha sobre ele o direito de vida e morte.

 

Resposta da questão 16:

[E]

 

O período destacado foi marcado pelo apogeu do expansionismo romano, época do Império, quando Roma dominava todos os territórios ao redor do Mediterrâneo, incluindo a Palestina. O mosaico de animais demonstra a quantidade e diversidade desses territórios.

 

Resposta da questão 17:

[B]

 

Durante o período monárquico em Roma, encontramos a escravidão por dívida, mas em pequena dimensão. Foi no período republicano, com a política expansionista dos romanos a partir das Guerras Púnicas, que se desenvolveu o escravismo como meio de produção. Parte dos povos dominados era enviado à Roma, e o desenvolvimento da escravidão determinou a marginalização da plebe.

 

Resposta da questão 18:

[B]

 


A vitória romana sobre os cartagineses ampliou os domínios romanos na orla do Mediterrâneo, com a conquista de diversas regiões no norte da África, Península Ibérica e Balcãs, transformadas em “províncias” e subordinadas ao Senado romano. Com essas conquistas, houve maior desenvolvimento do comércio e do escravismo, ampliando o lucro dos mercados e de proprietários rurais, mas, ao mesmo tempo, foram fundamentais para a pauperização da plebe.

Antes das Guerras Púnicas, os romanos já haviam conquistado a Península Itálica; a Gália foi conquistada um século depois.

 

Resposta da questão 19:

[E]

 

Cesarismo, termo derivado de Júlio César, é um conceito utilizado por diversos autores para definir um sistema de governo centrado na autoridade suprema de um governante ao qual são atribuídos traços heróicos, apresentando elementos de culto da personalidade. São considerados expoentes clássicos: Júlio César, Oliver Cromwell e Napoleão Bonaparte, entre outros. O cesarismo também se caracteriza pela adoção de soluções militares para os problemas políticos, recorrendo à guerra ou à imposição da vontade sobre os adversários. Dai, o caráter autocrático.

 

Resposta da questão 20:

[B]